Especial TV CRUJ: Entrevista com a Pipoca (Danielle Lima)

Danielle Lima foi a segunda garota a integrar o elenco do Disney Club. A estreia da atriz no programa aconteceu em maio de 1999, quando ela tinha 9 anos. A personagem chamava-se Ana Paula (também conhecida como Ana P.), e era uma colega de escola de Guelé (Leonardo Monteiro). Ana P. descobriu o QG da TV CRUJ enquanto fazia um trabalho escolar na casa do amigo. Sua primeira aparição na TV pirata foi sem seu característico nariz de palhaço, que imediatamente foi adotado, junto com o codinome Pipoca - graças ao seu lanche favorito.

A entrada de Pipoca para o programa aconteceu semanas antes da saída de outro integrante da TV CRUJ, o Macaco (Caíque Benigno). Com isso, a personagem herdou o direito de "dar o play" nos desenhos animados, tarefa que fora cumprida por dois anos pelo ex-colega. Danielle Lima permaneceu no Disney Club até o fim do programa, em 2002, passando também pela fase semanal. No Disney CRUJ, além da conhecida personagem, interpretava também uma das integrantes da TV TRUB, uma menininha rica e mimada.

Após o término do programa, a atriz continuou na TV, participando de produções como a novela "Metamorphoses" (2004), da Record - onde interpretava a personagem Luisa - e do seriado "Vila Maluca" (2004-2006), da RedeTV! - no papel da antagonista Morgane. Atualmente dedica-se ao teatro, tendo interpretado papéis como Alice ("Alice no País das Maravilhas") e Dorothy (de "O Mágico de Oz"). Saiba mais detalhes na entrevista abaixo:

Desde cedo você tinha vontade de trabalhar na TV?

Desde que me entendo por gente, a primeira vez que pedi oficialmente tinha 5 anos de idade.

Com quantos anos você entrou para a TV CRUJ, e como isso aconteceu?

Aos 9 anos, era agenciada, e fui chamada pelo teste através da agência... Foi quase um ano de testes.

Você acha que foi bem recepcionada pelos colegas e pelo público?

Pelos colegas sim, eles eram grandes profissionais. Pelo público, quando eu entrei o programa ja tinha 2 anos, e eu substitui o personagem “Maca” no play, então, alguns odiaram, outros amaram, mas no final todos aceitaram. rs

Danielle Lima na época do programa.

Chegou a rolar alguma briga ou paquera entre os integrantes do programa?

Éramos todos adolescentes e crianças, então discussões bobas às vezes aconteciam, mas nunca passou disso. Nos dávamos bem e o clima era ótimo... Sempre fomos amigos e nunca passou disso. O clima era de cumplicidade sim, mas era só amizade e química no trabalho.

Você acompanhou a TV Cruj em alguma viagem à Disney? Quais são suas lembranças a respeito das viagens e eventos que fez com a equipe?

Infelizmente eu não fui a Disney. Mas em todas as outras viagens e eventos nos divertíamos e aprendemos muito... Em alguns casos tivemos que sair carregados pelos seguranças, pois a euforia dos “ultrajovens” era muito grande.

Pra você, qual foi o melhor momento da TV Cruj? E o pior?

Não sei se teve melhor ou pior momento... Cada momento foi único, cada programa uma descoberta.

Quando mudou para os sábados, programa ganhou uma formatação diferente, ficou mais folhetinesco. O que você achou das alterações? 

As coisas mudam, o nosso público cresceu e mudou. Achava a nova proposta íncrivel, o problema é que tudo que é novo assusta.

Acredita que o Cruj perdeu a identidade?

Não, de forma alguma, o Cruj era sobre crianças descobrindo a vida e reinvindicando direitos, e o Cruj só se adaptou à nova fase dos personagens, que tambén estavam crescendo, sem perder a rebeldia, claro.

E quando acabou de vez a TV Cruj, como foi a reação de vocês?

Todos ja “esperávamos” por isso (o fim do Cruj), pelo tempo do programa e etc. Mas todo fim é díficil, o medo do novo é inevitável. Nós adorávamos o trabalho e todos os amigos que fizemos nele. Só que tudo um dia acaba.

Mesmo com fim do programa, você manteve contato com os antigos colegas?

Sim, cada um tomou o seu rumo, mas sempre que dá nos encontramos. Fiz verdadeiros amigos lá, e agradeço sempre por isso.

Do que mais sente saudades daquela época?

Acho que das pessoas, do trabalho em si. Eu era uma criança, e brincava de trabalhar, era bom.

Depois que o programa acabou, o que você fez na TV - ou fora dela?

Bom, quando saí do Cruj entrei para uma companhia de teatro, onde apresentávamos uma peça chamada “A caminho de Oz”, uma adapatação [de "O Mágico de Oz"], onde eu fazia a Dorothy.

Fiz "Turma do Gueto" e "Metamorphoses" na Record, "Vila Maluca" na RedeTV (fazia a Morgane, antagonista da história) e por um tempo fiquei afastada de tudo, e voltei faz mais ou menos um ano. Estou fazendo comerciais e na Sol e Lua Produções, onde apresentamos peças infantis em projeto escola - “Alice no País das Maravilhas” no teatro (minha personagem é a Alice) e nas escolas "João e Maria"...

Ainda está apresentando essas peças?

Não estou mais nessas peças, entrei para a companhia de teatro Rock e vou me apresentar em agosto no Centro Cultural São Paulo. A Dorothy foi de 2002 à 2005 e reestreiou esse ano, e estamos fazendo parte do circuito cultural no interior.

Danielle Lima hoje
muito bem casada, ok?

Você sente falta da repercussão que tinha com o programa? Como se sentia na época?

Bom, eu tinha uma noção infantil de tudo, era uma grande festa na verdade, em alguns momentos me sentia incomodada, pois perdia a liberdade, mas sempre soube levar a situação. Sinto saudades das pessoas, foi uma fase íncrivel, mas não sei se sinto muito falta da repercussão não... Ser famoso é bem complicado viu!! rsrs
E hoje, as pessoas ainda lhe reconhecem como a "Pipoca"?

Sim... Sempre, quem curtiu na infância não esquece.

Conte para nós como é sua vida agora, longe das câmeras. Trocaria este momento pela fase "Pipoca"?

Bom, estou no teatro, e seguindo a minha vida, estou casada e tenho uma filha linda. Cada momento é único, a fase pipoca foi boa, mas já passou, vivi e vivo muitas fases novas desde então, e não trocaria elas por nada nesse mundo.

Para finalizar, gostaria de deixar uma mensagem para os fãs da saudosa TV Cruj?

Obrigada pelo carinho todos esses anos, é muito bom saber que o nosso trabalho fez bem para tanta gente, e é isso que faz tudo valer a pena.

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