Confira abaixo a opinião da jornalista Patrícia Kogut sobre o novo seriado da Globo, "Guerra e Paz":
Gostem ou não do estilo de Carlos Lombardi, o seriado “Guerra e Paz”, estréia da última sexta-feira na Globo, pode ser visto como uma das suas criações mais pessoais. Desde a primeira cena, a assinatura de Lombardi estava lá, nos diálogos bem-humorados de Danielle Winits com Marcos Pasquim, nas seqüências mirabolantes e cheias de referências aos seriados americanos e no espírito dos quadrinhos e dos pocket books.
Houve tiradas divertidas e graça às vezes auto-referente, como nas piadas feitas pelo personagem de Pasquim, Guerra, sobre o fato de aparecer sempre sem camisa, uma resposta irônica aos que pisaram e repisaram no tema ao falar das novelas do autor. Lombardi também usou humor com muitas farpas para debochar da influência negativa das pesquisas na teledramaturgia. Danielle Winits, talvez entre todas as atrizes que já trabalharam com ele, é a que mais conhece o timing de seus diálogos. E se o tempo de comédia já exige ajustes superfinos, no caso dos roteiros desse autor, fino é pouco. Qualquer segundo a mais faz desandar a trama inteira, que é toda bem-encadeada.
Mas a realização de “Guerra e Paz” ainda tem muito a melhorar para que se possa afirmar que o programa está construído. As cenas de ação com muitos tiros, explosões e fugas cinematográficas pareciam buscar um realismo que a produção não foi capaz de atingir, talvez por conta de restrições orçamentárias. Não soaram sequer satíricas, mas apenas aquém do que a tecnologia já torna possível em produções caras. Se o problema for mesmo este, talvez a melhor opção seja substituir as referências a Jack Bauer por algo mais cerebral, como os clássicos — e menos hiperativos — detetives de romances policiais. Assim, o texto poderia ficar em maior sintonia com a sua realização.
terça-feira, 8 de julho de 2008
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