Eu já vi WALL-E!

Em 1995, a Pixar Animation Studios levou aos cinemas “Toy Story”, e revolucionou a história da animação. Depois disso vieram sucessos como “Monstros S.A.”, “Procurando Nemo”, “Os Incríveis” e “Ratatouille”. Durante esses treze anos, o estúdio, agora parte da Walt Disney Company, não decepcionou. E não é dessa vez que isso vai acontecer!

Estreou nos cinemas na última sexta-feira, 27 de junho, o novo longa-metragem Disney/Pixar, “WALL-E”, e você acompanhou nos últimos meses detalhes sobre o animado aqui no Opinião & Opção. Eu vi o filme neste sábado, e mais uma vez me encantei pela maneira Pixar de contar uma história, que é um misto de aventura, comédia e muito romance. “Wall-E” tem tudo para se tornar um clássico do cinema, é com certeza, uma das aventuras mais criativas e cativantes que apareceram nas telonas nos últimos anos. Nele você varia do riso às lágrimas; descobre, se identifica e se diverte com personagens que só um gênio como Andrew Stanton (o mesmo de “Procurando Nemo” – e sua equipe, claro) poderiam imaginar!

Diferente das animações que tem lotado os cinemas ultimamente, Wall-E não é mais uma comedinha pop, não está ali só para fazer rir. Em poucas palavras (pouquíssimas, aliás), o filme consegue passar uma mensagem linda de amor, amizade e preservação ambiental. Wall-E é um amor de robô – literalmente!

Atraído por tudo que é relacionado aos seres humanos, Wall-E é persistente em sua função de limpar a Terra – impossível para ele sozinho, já que seus semelhantes deixaram de existir. Mas chega ao planeta, em missão secreta (que eu não vou revelar qual é – assista!), a moderna Eva, para dar ainda mais vida ao dia-a-dia do robozinho. E é nessa hora acontecem algumas das seqüências mais engraçadas e emocionantes do filme!

Depois de completada a missão de Eva na Terra, um novo ambiente passa a ser mostrado. Saindo do planeta enferrujado e lotado de lixo, entra em cena o espaço, que produz um encantamento com certeza maior do que o real! Wall-E abandona sua diretriz (algo de grande importância para os robôs) e vai atrás de seu amor, que não pensa em outra coisa que não seja cumprir sua função. Conhecemos então a nave Axiom, refúgio dos humanos, onde robôs muito mais modernos que o protagonista desempenham todo tipo de função que se possa imaginar.

Cenas ágeis, engraçadas e emocionantes tomam conta da telona e ajudam a mostrar que o futuro, apesar de confortável para os humanos, pode não ser nada saudável para a Terra, e nem para eles próprios! Mas o apaixonado Wall-E, a determinada Eva e os outros personagens de personalidades bem definidas (como o robozinho M-O, com sua mania de limpeza; o Comandante, que tem um papel surpreendente; além de alguns robôs um tanto desprogramados) conseguem provar que, com amor, ainda é possível reverter essa situação!

A qualidade da animação é impecável (claro, estamos falando da Pixar). É impressionante o realismo dos cenários e texturas – como o próprio Wall-E, com aparência metálica e ferrugem. A trilha sonora é como óleo para as juntas... (que trocadilho!) Músicas clássicas do filme “Hello, Dolly” e trilhas instrumentais fazem a sessão se tornar ainda mais tocante...

Os efeitos sonoros são um dos pontos altos do filme. Bem Burtt (criador dos sons de “Star Wars”), fez um excelente trabalho, mostrando bipes e ruídos engraçadinhos e muitas vezes grandiosos. Ainda bem que isso não foi perdido com a dublagem, muito bem feita pelos estúdios Delart! É tão bom ouvir as vozes de Wall-E e Eva. E ele dizendo “Eva”, então... é tão: “Ahhh...”

Não vou contar mais detalhes – deixo que você tire suas próprias conclusões assistindo ao filme! Também, se eu falasse mais, você até desistiria de ler, mas eu tentei me controlar e escrever pouco... Só que é quase impossível não passar horas falando de uma coisa boa como essa! E já adianto que WALL-E se tornou um dos meus filmes favoritos – com certeza merece o Oscar de melhor animação, quiçá melhor filme!

Nota 10 para o filme e para a Pixar! E que continuem nos surpreendendo.